AIANA FREITAS
SÃO PAULO
Quatro em cada dez usuários de cartões de crédito que participam de programas de fidelidade já viram os pontos ou milhas vencerem antes de serem usados. Essa é uma das conclusões de um estudo feito pela empresa de pesquisa e consultoria CVA Solutions com consumidores de todo o país e obtido com exclusividade pelo UOL.
O levantamento foi realizado pela internet com 6.029 consumidores de todas as classes sociais e de todas as regiões do Brasil. Apenas titulares de cartões de crédito puderam responder (dependentes ficaram de fora).
Mais da metade dos consumidores entrevistados afirmaram ter cartões com programa de recompensa. Eles foram questionados se já tiveram pontos que expiraram nesses programas, e 44,2% disseram que não.
O índice dos que afirmaram que já tiveram pontos que venceram (e, portanto, não puderam ser usados) também é grande: 40,9%. A soma não dá 100% porque outros 14,9% não souberam responder a essa questão.
Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA Solutions, diz que o fato de muitos consumidores já terem deixado suas milhas vencerem tem levado a uma procura por programas que centralizam pontos, como Multiplus, Smiles ou Dotz.
A pesquisa mostra que 66% dos entrevistados desejam participar de algum programa centralizador de pontos como esses.
Pesquisa mostra que existe desconhecimento sobre o assunto
A pesquisa mostra que 54,5% dos consumidores entrevistados têm cartões com programas de recompensa, mas ainda existe muito desconhecimento sobre o assunto. O índice dos que não sabem se possuem o benefício (22,9%) é maior do que os que dizem que não o têm (22,6%).
Entre os que são cadastrados em programas do tipo, 76,3% disseram que a participação é gratuita, 13,7% não souberam responder e 10% afirmaram que a adesão é paga.
Ainda entre os clientes que fazem parte dos programas, 46,7% disseram que nunca receberam recompensas, índice próximo ao dos que já fizeram alguma troca de pontos ou milhas (46,6%). Outros 6,7% não souberam responder.
Cartões com anuidade gratuita estão mais raros
Considerando-se todos os entrevistados, segundo a CVA, 27% dos consumidores têm cartões com anuidade gratuita. Isso mostra uma queda em relação à pesquisa anterior, de 2012, quando 31% dos consumidores disseram não pagar anuidade.
Comparando as duas pesquisas, observa-se também que tem aumentado o porcentual de consumidores usando o crédito rotativo do cartão. O rotativo é acessado quando o cliente deixa de pagar uma parte ou o total da fatura do mês.
Em 2014, 34% dos entrevistados pela CVA afirmaram já terem usado o pagamento parcial da fatura nos seis meses anteriores à pesquisa; em 2012, eram 30%. Além disso, 80% disseram que têm conseguido pagar a fatura integral em 2014, ante 86% em 2012.
Custos têm peso maior na escolha do cartão do que benefícios
De acordo com o estudo, na hora da escolha do cartão, fatores relacionados aos custos (anuidade e juros) são mais importantes para 59% dos consumidores. Os benefícios (programas de recompensas, promoções, atendimento etc.) são mais importantes para 41%.
O levantamento mostrou que os cartões que têm as marcas mais fortes (com imagem mais positiva entre os consumidores) são Itaucard, BB Ourocard e Amex. Os piores emissores, na opinião dos consumidores, são Votorantim, Renner, Panamericano e Magazine Luiza. Entre as bandeiras, Visa teve a melhor avaliação; a pior foi a da Aura.
“As marcas consideradas mais fortes geralmente são aquelas que investem muito em mídia, fazem muita propaganda”, afirma Cimatti. “Já a Amex aparece entre as marcas fortes porque tem uma imagem de sofisticação não só entre os seus clientes, mas também entre os outros consumidores.”
Metodologia da pesquisa
A pesquisa da CVA Solutions foi feita com 6.059 consumidores de cartões de crédito. A margem de erro é de 1,3 ponto, com 95% de confiabilidade (ou seja: o resultado se repetiria em 95% das vezes em que a pesquisa fosse refeita).
A quantidade de entrevistados foi ponderada de acordo com a região do país e o sexo (cerca de metade eram mulheres e metade, homens). Os consumidores foram divididos em três classes de renda, que pertencem, segundo a CVA, ao público-alvo das emissoras de cartões de crédito.
Maioria dos clientes troca milha de cartão por produto, e não por passagem
AIANA FREITAS
SÃO PAULO
A maioria dos consumidores cadastrados em programas de fidelidade dos cartões de crédito costuma trocar seus pontos por produtos, como utensílios para casa, revistas e roupas. As passagens aéreas são a segunda opção mais comum, e são resgatadas, principalmente, por consumidores de renda mais alta.
Os dados constam de uma pesquisa realizada em abril pela consultoria CVA Solutions e obtida com exclusividade pelo UOL O estudo foi feito pela internet com 6.029 consumidores que são titulares de cartões.
Mais da metade dos entrevistados disseram ser cadastrados em algum programa de recompensa. Desses, 46,6% afirmaram que já usaram os benefícios do programa.
Segundo o estudo, 65,2% dos consumidores que fizeram uso das recompensas trocaram seus pontos por produtos diversos. Passagens aéreas (41,6%), minutos gratuitos no celular (13,2%) e hospedagem em hotel (10,9%) foram outros dos produtos ou serviços mais resgatados nesses programas.
Alguns consumidores já fizeram trocas por mais de um produto ou serviço (por isso a soma dos percentuais supera 100%).
Troca de pontos é influenciada pela renda do consumidor
O estudo da CVA mostra que o tipo de produto ou serviço trocado nos programas de recompensa varia conforme a renda do consumidor. As passagens aéreas, que geralmente exigem um maior número de pontos para serem resgatadas, são opções mais comuns entre os clientes de alta renda.
Entre os que recebem a partir de R$ 6.001 por mês, 60,7% disseram já terem resgatado passagens de avião nesses programas. Apenas 6,2% fizeram a troca por minutos gratuitos no celular.
O cenário é diferente daquele observado entre os consumidores com renda mensal individual de até R$ 2.000. Nesse caso, 70,9% afirmaram já terem resgatado, com os pontos, produtos diversos.
Além disso, 28,6% disseram que usaram os pontos para trocar por passagens aéreas (índice bem menor do que o registrado na alta renda) e 20,5% trocaram por minutos gratuitos para falar no celular (percentual bem maior do que aquele observado entre os que ganham mais).
Metodologia da pesquisa
A pesquisa da CVA Solutions foi feita com 6.059 consumidores de cartões de crédito. A margem de erro é de 1,3 ponto, com 95% de confiabilidade (ou seja: o resultado se repetiria em 95% das vezes em que a pesquisa fosse refeita).
A quantidade de entrevistados foi ponderada de acordo com a região do país e o sexo (cerca de metade eram mulheres e metade, homens). Os consumidores foram divididos em três classes de renda, que pertencem, segundo a CVA, ao público-alvo das emissoras de cartões de crédito.