Clientes reprovam serviços de seus bancos
Uma pesquisa mostra que 29% dos consumidores trocariam de instituição se não houvesse tanta dificuldade para essa migração.
Os serviços prestados pelos bancos não têm agradado os clientes. Uma pesquisa realizada pela consultoria CVA Solutions com 4.241 correntistas de 10 bancos de varejo na região metropolitana de São Paulo e com 535 clientes premium de quatro bancos mostra que 29% trocariam de instituição se não houvesse tanta dificuldade para essa migração. A pesquisa analisou produtos como conta corrente, conta poupança, investimentos, empréstimos e financiamentos, cartão de crédito e seguros.
O estudo aponta que os bancos têm a pior avaliação percebida frente a outros 12 setores da economia.

A nota que as instituições financeiras receberam de seus clientes (6,45) é inferior, por exemplo, à dada aos serviços de hotéis (8,03) ou para a indústria de eletrodomésticos (9,28). Os correntistas consideram que o impacto dos benefícios oferecidos pelos bancos é bem menor que os custos que têm de arcar.
“As pessoas decidem em que bancos querem ter conta baseadas na percepção e na análise do custo/benefício. Quando essa relação não é boa, elas dizem que gostariam de mudar, mas não o fazem porque é muito difícil hoje trocar de banco. Existem muitas barreiras para essa mobilidade”, afirma Sandro Cimatti, sócio da CVA Solutions.
Essas barreiras têm várias origens, mas algumas já começam a cair por terra. Uma delas é a conta-salário. Uma resolução do Conselho Monetário Nacional já permite que parte dos trabalhadores da iniciativa privada transfira, sem nenhum ônus, a conta salário para o banco que quiser. Assim, a pessoa não é obrigada a manter a conta corrente no banco indicado pela empresa em que trabalha. Em 2011, esse benefício deverá ser estendido aos funcionários públicos. O trabalhador pode, ainda, optar por não ter conta em banco nenhum e simplesmente sacar o dinheiro da conta-salário, sem pagar nenhuma tarifa.
A unificação dos nomes dos produtos bancários, em vigor desde maio deste ano, também facilitou a comparação dos serviços e, conseqüentemente, a troca de uma instituição por outra. “De agora em diante, os bancos que quiserem crescer vão ter de tratar muito bem o consumidor”, diz Cimatti. “E os clientes só têm a ganhar, porque a tendência é que sejam retiradas várias algemas”.