Por André Ramalho | Do Rio
Clientes das lojas de conveniência de postos de gasolina usam mais outros serviços oferecidos pelo estabelecimento, segundo pesquisa da consultoria de mercado CVA Solutions. De acordo com o levantamento, 50,7% dos frequentadores das lojas lavam o carro no posto, ante 33% dos que não frequentam. Na troca de lubrificantes, o consumo também é maior entre frequentadores (45% versus 30%). Não à toa, as grandes marcas de combustíveis planejam aumentar suas redes de lojas.
Segundo a Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, postos com as lojas de conveniência Select vendem cerca de 15% mais que os demais. A Petrobras Distribuidora calcula que as vendas de combustíveis dos postos crescem até 20% quando são instaladas lojas BR Mania.
“Em geral, quem frequenta as lojas de conveniência avalia melhor o posto como um todo”, diz Sandro Cimatti, sócio-diretor da CVA, que ouviu 5.234 usuários de postos. Desse total, 48,2% frequentam lojas de conveniência.
Ainda segundo o estudo, a BR Mania, da Petrobras Distribuidora, é a loja de conveniência preferida dos entrevistados, seguida da rede Graal e da bandeira AM/PM (dos postos Ipiranga).
O segmento de lojas de conveniência fatura cerca de R$ 6 bilhões ao ano, segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom). E é o terceiro serviço mais procurado num posto, atrás apenas do abastecimento do veículo e calibragem dos pneus, aponta a pesquisa da CVA.
A Petrobras Distribuidora, que fechou 2014 com 1.074 unidades BR Mania, pretende aumentar em 15% ao ano o número de lojas. Já a Raízen, que tem cerca de mil lojas Select no país, tem planos de atingir 1,8 mil pontos de conveniência em até quatro anos.
Além da expansão, as grandes marcas também têm recorrido a produtos de maior valor agregado. “Estamos apostando numa nova tendência de consumo que gere mais renda para a loja”, diz Natalia Cid, diretora de negócios de conveniência da Raízen. “Queremos trazer para dentro da conveniência mais rapidez e serviços de melhor qualidade, mais na linha gourmet que fast-food. Temos, por exemplo, nossa cafeteria gourmet, num ambiente de maior conforto, com sofás em vez de banquinhos.”
Hoje, segundo a executiva, as lojas de conveniência respondem por entre 20% a 30% da rentabilidade de um posto da empresa.
A rede Ipiranga, que possui cerca de 1.650 lojas AM/PM em 24% de seus postos no Brasil, decidiu apostar em cervejas especiais. Com um cardápio de hambúrgueres como carro-chefe e 315 padarias instaladas em suas lojas, a companhia lançou também o Beer Cave, ambiente que prioriza a variedade de rótulos de cervejas nacionais e importadas.